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Le Journal Franco-brésilien

A França é bem mais que Paris. Normandia e as praias do desembarque aliado em 1944.

A França é bem mais que Paris. Normandia e as praias do desembarque aliado em 1944.

Sempre quis visitar as praias da Normandia no norte da França, principalmente apos assistir o filme O Resgate do Soldado Ryan, de Steven Spielberg. E essa foi uma das primeiras viagens que fiz ao chegar na França.

Os desembarques das tropas aliadas, o maior da historia, ocorreram no dia 6 de junho de 1944, num trecho de 80km das praias normandas, que foram divididas em cinco setores : Utah, Omaha, Gold, Juno e Sword.

Parti de Lyon num final de abril, à mais de 700km de carro, numa viagem cheia de paradas, visitas e shows. Castelos do vale do Loire e vinhedos da região, Parque Natural Regional dos Vulcões de Auvergne, a maior rede de vulcões da Europa, Festival Le printemps de Bourges e Mont Saint-Michel antes de chegar nas praias banhadas pelo Canal da Mancha. Mas tudo isso contarei em detalhes em outros posts.

Visitei todas as praias em três dias. Um dia é muito cansativo e não temos tempo para ver tudo e sobretudo para pararmos e pensar o que significou tudo isso, principalmente quanto visita-se o cemitério Americano, com suas milhares de cruzes brancas enfileiradas, testemunhas da selvageria e imbecilidade humana.

Colleville-sur-Mer, mais conhecida como Omar Beach e ilustrada no filme de Spilberg é espetacular. Bunkers com muros de mais de 3 metros de espessura estão quase intactos, em silencio apos ter cuspido artilharia pesada sobre os aliados que desembarcavam nas praias um pouco mais embaixo. Saint-Laurent-sur-Mer fica à apenas alguns quilometros e é parada obrigatoria. Aqui se sencontra o cemiterio americano.

Em cada « setor » existe um museu ou Memorial a visitar. As visitas custam algo como 5 a 7 euros por pessoa. Mas o investimento é pequeno visto a quantidade de informação que se recebe.

Outra parada obrigatoria de tirar o folego, principalmente se lermos um pouco sobre a coragem dos homens que escalaram e « calaram » uma bateria alemã de canhões de 155mm é o Pointe du Hoc, um rochedo à beira mar entre Grandcamp-les-Bains e Vierville-sur-Mer justaposto a um platô sobre falésias de cerca de 30 metros de altura. Uma ação espetacular. A vista é indescritivel.

No setor britanico, Sword beach, existe uma bateria alemã, capturada pelos para-quedistas da rainha sob o comando do Tenente Coronel Terence Otway, A Bateria de Merville, onde pode-se ver a reconstituição da batalha que durou alguns minutos antes da rendição e neutralização dos nazistas. O barulho de explosões é ensurdecedor.

Outra dica é uma visita do Memorial Pegasus, entre as cidades de Bénouville e Ranville, o primeiro objetivo alcançado pelas tropas britânicas no Dia D, na Operação Overlord. O objetivo era tomar, sem destruir, a Ponte Pegasus que liga a cidade de Bénouville a Ranville. Podemos ver varios planadores utilizados pelos para-quedistas.

O mar ainda guarda vestigios do porto artificial construido pelos aliados para desembarque de tropas e equipamentos. Gigantes de concreto pesando entre 3000 e 6000 toneladas cada, com 220 pés de largura, 60 pés de altura e 52 pés de profundidade. Restos colossais dos portos podem ser vistos na Praia de Arromanches.

Apos completar os cinco setores do desembarque, entremeados de bons restaurantes na beira mar onde podemos encontrar excelentes frutos do mar. Pegamos a estrada em direção à Caen e seu exepcional Memorial (http://www.memorial-caen.fr/), simplesmente imperdivel e grandioso.

Hoteis baratos não faltam na região e outra boa opção são as Chambres d’Hôtes. Preferi privilegiar as visitas e acabei ficando em hotéis de beira de Estrada, como os hotéis da rede F1, super baratos e confortaveis.

Mas não é so "guerra" que podemos visitar na Normandia, tem muita coisa para ver. A região já acolheu centenas de ícones da literatura, da pintura e do cinema. Terra natal de Gustave Flaubert, Guy de Maupassant e Pierre Corneille. Na pintura, inspirou mestres do impressionismo como Claude Monet, Paul Gauguin, Eugène Boudin e Raoul Dufy. A vocação artística é, em parte, herança da remota presença dos vikings, que, vindos da Dinamarca e da Noruega no século 9, trouxeram influências então exóticas e deflagraram uma sutil transformação na cultura local.

A Normandia também é o berço do camembert, um queijo que é um orgulho nacional francês. Alguns historiadores retratam o queijo camembert como personagem direto na Revolução Francesa, posto que os fabricantes, geralmente nobres, foram perseguidos e os jacobinos tratavam o queijo como uma iguaria clandestina. A fabricação, então, foi reduzida a poucos pontos da região de Brie, aumentando sua fama e requintando seu sabor.

Outra visita que não podemos deixar de lado nessa região são as adegas de Cidra.

As praias da Normandia ficam à apenas 270km de Paris, comprovando mais uma vez que a França é bem mais que Paris.

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